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Juiz recebe denúncia de Eduardo e Janad Valcari e seu vice passam a responder por abuso de poder na Justiça Eleitoral

Decisão do juiz Gil Corrêa coloca no banco dos réus por abuso de poder candidata que já responde ação criminal por fraude em licitação, improbidade administrativa e é investigada por contratos suspeitos da banda da família.

01/10/2024 às 16h36
Por: Redação
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Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.

A deputada estadual e candidata a prefeita Janad Valcari (PL), que já responde a várias ações judiciais criminais por fraude em licitação e improbidade administrativa e também é investigada por contratos suspeitos com a banda musical da família, agora também vai responder uma ação judicial na Justiça Eleitoral da capital. 

O juiz da 29ª Zona Eleitoral de Palmas Gil Corrêa recebeu a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) protocolada pela coligação "Juntos Podemos Agir" (Podemos, Agir e PRTB) no dia 16/9 e a candidata vai responder por abuso de poder político e econômico nas eleições. 

Na decisão, Gil de Araújo Corrêa abre prazo de cinco dias para Janad e seu candidato a vice oferecerem defesa, juntar documentos e indicar testemunhas, se quiserem. Ou seja, agora a ação entra na fase de instrução processual, de reunião de provas. Depois, o juiz vai deliberar sobre pedidos de produção de provas. A ação pede a cassação de sua candidatura e a inelegibilidade dos dois por oito anos.

Acusações de abuso de poder político e econômico

A AIJE, protocolada em 16 de setembro de 2024, acusa Janad Valcari de várias irregularidades na pré-campanha e campanha eleitoral, incluindo o uso de recursos públicos para promoção pessoal e a realização de eventos custeados pela Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto). A campanha "Doe um Brinquedo e Ganhe um Sorriso", financiada pela Aleto, foi utilizada para autopromoção, com gastos de R$ 37.690,00 em eventos de distribuição de brinquedos apenas em Palmas. 

Além disso, Janad é acusada de usar a empresa "Os Barões da Pisadinha Produção Musical Ltda" para firmar contratos com prefeituras que receberam emendas parlamentares indicadas por ela, gerando benefícios financeiros para sua campanha.

Outra acusação é o envio de correspondências e calendários com o selo da Assembleia, configurando promoção pessoal com verba pública. Janad também é acusada de distribuir mais de 800 eletrodomésticos em eventos no Dia das Mães de 2023, em uma ação vista como compra de votos.

Já responde por fraudes em licitação e improbidade administrativa

 Paralelamente à investigação eleitoral, Janad enfrenta na Justiça estadual processos por fraude em licitação no município de Paranã. Em uma ação criminal, o Ministério Público do Tocantins acusa Janad e seu marido, Ordiley Valcari, de participarem de uma fraude envolvendo três empresas ligadas a ela: Terrax Locações, L2 Prestacional e Neves & Figueiredo. Eles são acusados de manipularem licitações em 2017 para a contratação de serviços de infraestrutura para eventos. O contrato, no valor de mais de R$ 1 milhão, teria sido firmado com base em documentos fraudados, incluindo atestados de capacidade técnica.

Além disso, Janad Valcari responde a uma ação civil por improbidade administrativa, iniciada em abril de 2018, com a quebra de seu sigilo bancário autorizada pela Justiça. 

No ano passado, a prefeitura de Palmas entrou com uma nova ação de improbidade contra Janad. A prefeitura alega que a deputada causou prejuízos de R$ 43 milhões ao município ao trabalhar para rejeitar projeto de lei relacionado à reforma da previdência. A Justiça tenta intimar a candidata para se explicar à Justiça.

Investigações de contratos suspeitos da banda da família em segredo de justiça

Janad Valcari também é alvo de uma investigação sigilosa conduzida pelo Ministério Público Estadual acerca de um esquema de favorecimento a sua empresa "Os Barões da Pisadinha". O órgão investiga a banda da família por contratos firmados com valores inflacionados com prefeituras de várias cidades do Tocantins. Em 9 de setembro de 2024, o desembargador Adolfo Amaro, do Tribunal de Justiça, determinou um prazo de 90 dias para a conclusão das investigações, que estão sendo conduzidas sob sigilo no Tribunal de Justiça do Tocantins.

 

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